...não sei para onde vou, mas estou a caminho...

domingo, 7 de dezembro de 2008

Ontem soube (porque nunca falamos disto antes?) que quando casaram o meu avô não quis que fosses vestida de vestido branco. Em vez disso, para lhe agradares, levaste um fato verde, com os bolsos bordados. Casaram a um sábado, às oito da manhã, depois de muito tempo de namoro à janela, "que ele era mais velho e a avó Laurinda mantinha-nos debaixo de olho! Depois fomos passar a Lua de Mel a Lisboa e eu chorei todo o caminho, ele só me perguntava 'porque choras?'. Tinha 18 anos, nunca tinha saído das saias da minha mãe"
Como se percebesse, o meu avô abriu os olhos, soltou um sorriso e disse qualquer coisa onde só se percebeu que te chamou mãe.
Tenho orgulho de ti. Sempre cheia de energia, sempre pronta a fazer tudo. Ainda me lembro de há poucos anos te pores sozinha a pintar paredes e armários e de seres tu a arranjar as fechaduras! E agora a seres mulher e mãe e enfermeira, presa a uma história de amor de uma forma dolorosa mas bonita. Muito.
Foi há 62 anos, que vestiste esse fato verde e começaste uma nova vida!
62 anos... nunca conseguirei sequer imaginar o que isso será...

Sem comentários: